domingo, 2 de abril de 2017

Um dia divino.

          Minha semana, mais precisamente seis dias da semana, é corrida. Começa cedo, antes das seis, vou trabalhar, depois vou pro curso com a esperança de dias melhores. Após, cumprir expediente em outro serviço. Chego em casa as 11 da noite. E, claro, em casa sempre tem coisa pra fazer, tipo preparar algo pra comer, alimentar os cachorros, dar uma geral na casa pra ver se tá tudo em ordem, lavar uma roupa pra não acumular, varrer, etc. Ah, claro, conferir a internet.
          Cansativo? Com certeza mas, agora solteiro, sei que não posso contar com ninguém diferentemente de quando era casado e mesmo assim não podia contar com ninguém.
          Hoje, domingo, de folga dos dois serviços e do curso, me permito relaxar. Mas nem tanto. Fico pensando em como poderia aproveitar melhor o tempo, procurar companhias, alguma festa, etc.
          Acompanhando rostos conhecidos e outros tantos nada conhecidos em redes sociais parece que todo mundo tem uma vida mais interessante que a minha. A maioria ri. A maioria faz questão de postar fotos acompanhados, alguns enaltecem os amigos, a família... e eu aqui, curtindo minha solidão, acompanhado apenas pelos meus gatos arteiros e pela musica.
          Fico assim imaginando situações que nunca vão se concretizar, conhecendo lugares virtuais que provavelmente nunca irei conhecer, conversando com meus amigos invisíveis que deveriam ter desaparecido lá na juventude. Mas, olhando as fotos em redes sociais, a grande maioria para demonstrar felicidade precisa mostrar implicitamente que o combustível que move a suposta felicidade é o álcool. Em versão atual só o álcool não basta. Gente acima de qualquer suspeita escancara que vale qualquer coisa para demonstrar felicidade.
          Das pessoas que conheço pessoalmente e acompanho sua rotina pelas redes sociais sei que a vida delas não é tão maravilhosa assim. Pessoas deprimidas, mal humoradas, mal resolvidas, mal amadas. Por um momento até pensei que o correto fosse isto, mascarar a realidade. Afinal pra que admitir que se tem problemas?
          Mas, não. O carnaval um dia acaba e a máscara acaba por cair.
          E nestas horas agradeço a Deus pela paz de espirito e a felicidade de estar na melhor companhia possível, a minha, gozando de boa saúde e com poder de escolha pelas minhas decisões, entre elas o que quero comer. Deus, me perdoa pelas minhas reclamações e, principalmente, pelo meu esquecimento. Houve época que apenas sobrevivia.
          Tudo tem seu momento certo de acontecer e comigo não há de ser diferente.
         

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