sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Uma forma de encarar a vida.

João Procópio Neto.


Então... Cheguei. Como começar o meu papo desabafo da semana...??? Bem, vou começar falando de mim. É mais fácil, já que tenho por habito todos os dias antes de dormir parar e avaliar o que fiz, se foi certo, se foi honesto, se foi espontâneo, se foi de acordo com o que acredito e se não prejudiquei ninguém. Exercício diário que peguei por costume depois de muitos tombos, muitos tenho certeza e muito engravidar auditivamente. Ai depois de 2 AVC’S e 1 Enfarto resolvi reaprender a me olhar sem ser o que todos esperavam que eu fosse e sendo eu mesmo... Acho que valeu a pena. Eu não sou a pessoa mais fácil do mundo, longe disso, tenho um temperamento forte, tenho senso de decisão, tenho o pecado do ORGULHO, além da Gula, muitas vezes tento me controlar para que minha sinceridade não caia como uma pedra na cara do colega do lado, afinal o que penso só pertence a mim. Acredito que sou um ser humano bom, dentro de minhas limitações é claro, mas nunca puxei o tapete de seu ninguém e me orgulho muito disso. Como qualquer ser humano passei por todas as fazes saca, descobertas da infância, hormônios e acreditar ser o centro do universo como quase todo adolescente, um jovem que acreditava poder mudar o mundo, um adulto individualista, e hoje olho pra trás e vejo como foi bom passar por todas as fases, digo passar por que estão lá atrás, no lugar que devem estar. O engraçado é que sempre tive o bom senso de entender que nem todos tiveram a minha base, respeitar o caminho de cada um é importante, como disse meus pensamentos são meus e minhas atitudes é que mostram ao outro quem eu sou. Em minha casa todos tinham musica, leitura, estudo, lazer e trabalho... Aprendi que todo trabalho é digno e deve ser respeitado. Tive a oportunidade de estar presente e em convívio com grandes personalidades, isso me ajudou a entender que não existe diferença no homem, existe diferença nas referencias e objetivos do homem.
Eu comecei a trabalhar muito cedo, o que hoje sei que era trabalho, como eu era criança, pensava ser uma grande brincadeira. E no tempo em que brincava de trabalhar existia um órgão que era responsável pela organização da classe artística, se chamava “CASA DOS ARTISTAS” do qual fui inscrito no ano de 1973 por meu avô Procópio e sua esposa (que eu tinha como minha avó Hamilta Rodrigues). Desde este tempo até uns 10 anos depois sempre tive a Casa como minha referencia, até que minha avó Hamilta (meu avô Procópio já tinha desencarnado no ano de 1979) me levou para conhecer o muito novo SATED, Fui muito bem tratado e tive a grata surpresa de fazer ali bons amigos que guardo até hoje, como todos sabem o SATED é o sindicato dos artistas, e como sindicato existem eleições e chapas e mudanças, e mesmo com as mudanças, na minha cabeça funciona assim, a instituição SATED não pertence a um grupo e sim aos seus associados que são por esta instituição representados, protegidos e quando possível inseridos no mercado de trabalho. Esta, na minha concepção, é a função de um sindicato. Na Gestão do atual presidente Jorge Coutinho, a convite de minha AMIGA Léa Garcia, assinei algumas direções de leituras dramatizadas (como tenho por habito Teatralizar demais minhas direções, como alguns já disseram, sempre me preocupei com Luz, Som, figurino e base de cenografia para desenhar o que o publico ouvia)... A convite do Diretor do SATED, Sisneiro, dirigi também um trabalho de leitura teatralizada de um texto de um dos Grandes nomes do Teatro Brasileiro, João das Neves( a Pandorga e a Lei). E em todos os trabalhos que fiz nesta instituição, fiz questão de ir ao máximo de leituras por outros diretores apresentado, afinal é a união de uma classe que faz o movimento ganhar força, acho que aprendi isso nos livros de história. O mais importante é que aprendi também com um homem que era do teatro, um senhor que tiver o prazer de nesta encarnação ter como meu avô a dar força aos meus colegas, não digo amigos, colegas... Aprendi com meus mais velhos que a cabeça não foi feita para separar a orelha e respeito cabe em qualquer lugar.
Mas minha vida artística é bem interessante, não se resume nos trabalhos que fiz pelo SATED, tive diretores maravilhosos, aprendi demais com todos, Ana Rosa, Hamilta Rodrigues, Mauricio Habud, Jorge Fernando, Jorge Azevedo, Anibal Ertal, Procópio Ferreira, Antonio Abujanra, Colé Santana, Nino Honorato, Jacques Rosner, Katherine Monnont e tantos amados que me mostraram suas visões de como conduzir um espetáculo e seus atores e por isso aprendi a dar ao meu elenco DIGNIDADE, BOM SENSO, RESPEITO, ATENÇÃO, OUVIDO, PULSO e principalmente CHÃO. Aprendi que não posso cobrar de alguém aquilo que ela não tem a oferecer em cena, mas posso ajudar com as ferramentas que ela tem a chegar onde eu acredito ser o caminho. Porque para mim, como diretor, apenas faço o quadro para a fotografia acontecer, os personagens e suas personalidades estampadas na imagem pertencem ao interprete.
Perceberam que não falei de ninguém de forma desrespeitosa, então, esta foi outra coisa que aprendi, respeito cabe em todo lugar. E não posso pegar as minhas FRUSTRAÇÕES e jogar no colo do coleguinha, cada um tem de carregar o seu embrulho.
Para compreender um pouco meu caminho no mercado eu ralei e pude fazer cursos que me enriqueceram muito e me possibilitaram repassar o que aprendi, como: OFICINA DE TEATRO FRANCÊS - Ministrado por Katherine Monnont, CANTO LÍRICO - Ministrado pelo Maestro italiano Carlos Chipinelli, C.N.S.A.D. (Le Conservatoire national superieur d art dramatique )Ministrado por Jacques Rosner e professores da COMEDIE FRANÇAISE, Ballet Contemporâneo, OFICINA DE CENOGRAFIA E DIREÇÃO DE ARTE - Ministrado pela U.F.F. - Rio de Janeiro e CANTO - Ministrado pela professora e atriz Norma Geraldy (minha avó), entre outros cursos, sabe porque? Não consigo ficar parado no que eu acredito ser o caminho, preciso, tenho fome de conhecer e de entender os outros caminhos, me ajuda a respeitar as diferenças. E nessa minha caminhada desde que me sindicalizei até os dias de hoje tenho falado da importância de estar forte na classe,
unido na classe e por isso já perdi a conta de quantos atores levei ao conhecido prédio da rua Alcindo Guanabara e fiquei feliz em saber que saíram de lá colegas de trabalho reconhecidos pelo ministério do trabalho.
Simples Assim.
O resto é isso... Resto.

Texto de João Procópio Neto. Faço dele minhas palavras. Bom Dia.
CurtirMostrar mais reações
Comentar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O pior legado do PT.

O PIOR LEGADO DO PT... Nem é o roubo de centenas de bilhões de reais, disso o país se recupera rapidamente.  O que lhes roubam de dia, o pa...